viernes, 8 de abril de 2016

A cidade quase perfeita



Ou se calhar é.

Lisboa é muito especial, mesmo tão  especial que nem toda gente está em condições de a amar.  É quase perfeita, porque não existe na vida nada absolutamente perfeito. 

Sempre há algum recanto por descobrir, alguma viela que nos leva a nenhures. Há sempre as praças, há as vistas espantosas (na aceção portuguesa do termo), há mil coisas para fazer e pouco tempo para as fazer. E eu podia falar sem parar sobre todas essas coisas e mesmo assim não podia explicar isto que é inexplicável.

Apenas passaram uns meses aqui, mas parece como se tivessem passado anos. E nesse tempo descobri que a nossa relação com as cidades é bastante semelhante ao amor. No início há cidades que nos encantam e nos tornam loucos, tal como ocorre quando namoramos com alguém. Depois de alguns meses, a ebriedade da novidade se apaga, porque é efímera, porque é um estado alterado da nossa condição, e é entonces quando sabemos se realmente existe essa ligação mágica com a pessoa ou com a cidade, essa ligação que nos faz pensar que queremos estar nela e com ela para sempre ou pelo menos por muito tempo...



Eu sei que estou apaixonada por Lisboa, exatamente igual que se Lisboa fosse uma pessoa. E estou bastante certa que vou casar com ela, desde que ela queira casar comigo.

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